quarta-feira, 5 de junho de 2013

Crônica: Mulheres, de Luis Fernando Veríssimo

Mulheres

"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça..."
Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto-sentido não faz sentido!

É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!

E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...

Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?

Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...

É choro feminino. É choro de mulher...

Já viram como as mulheres conversam com os olhos?

Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?

Elas conhecem todos...

Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

EN-FEI-TI-ÇAM !

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.

O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora."
Luís Fernando Veríssimo

Leitura Interativa



Leitura Interativa

por Paulo Salvio Antolini - pauloantolini@terra.com.br

... Leitura interativa significa ler de maneira que ocorra uma comunicação com duplo sentido. Como isso ocorre? Você lê um trecho, pára e questiona o que leu. O que entendeu até ali, o que o autor está tentando dizer, como o tema em questão é visto ou sentido em sua vida, se concorda com o que está sendo afirmado e exposto ou não. Discuta com a obra. Risque, rabisque, escreva suas dúvidas ou opiniões. Só então dê continuidade à leitura. Se o livro não puder ser rabiscado, ou se não deve ser "rabiscado", tenha um caderno ao lado. Faça suas anotações nele. Abra o comentário com o número da página e do parágrafo. Ex.: pág. 35 - par. 3º. "não concordo, se verdadeiro, como fica....?".  Portanto, a leitura ganha dinamismo, o leitor participa do conteúdo e o mais importante, exercita sua capacidade de raciocínio na medida em que recebe a informação, e seu discernimento para aceitar ou não uma afirmação. Não é porque está no livro e até vem de um famoso autor que precisamos aceitar e concordar. Há afirmações que muitas vezes são distorcidas, mas que por virem de pessoas famosas, aceitamos sem questionar.

Há poucos dias, lendo uma obra "best seller" lançada recentemente, encontrei um sério erro de tradução, que passou também pela revisão sem ser notado. Se a leitura estivesse sendo feita de forma mecânica, isto não teria sido visto e a partir de então as afirmações estariam revelando inverdades. Em contato com a editora, esta imediatamente providenciou os acertos necessários para que as próximas edições saíssem corretamente. Detalhe: a primeira edição já está quase se esgotando e quantos perceberam ou perceberão o erro?

Em algum lugar do passado, criaram uma expressão que perdura até hoje. Quando precisam consultar um dicionário, as pessoas referem-se a ele como "pai dos burros". Pode-se interpretar como elemento esclarecedor de quem desconhece algo, mas não é essa a intenção da afirmação. A intenção é desrespeitosa em relação a quem o consulta. Deveria ser usado o termo "pai dos inteligentes". Pois só busca o conhecer do que se ignora quem tem inteligência suficiente para admitir que sem isso, não consegue evoluir. Ignorar significa desconhecer, portanto, sermos ignorantes a respeito de algo ou alguma coisa não nos faz burros e todos temos assuntos aos quais ignoramos, desconhecemos. É até comum ouvirmos em meios acadêmicos, culturais, intelectuais e também empresariais, pessoas dizerem "sou ignorante quanto a isso". Quando estiver lendo e encontrar uma palavra que não conhece, busque. Não dá para entender uma frase se não entendo uma palavra nela contida.
Lembro-me quando, ainda garoto, ouvi pela primeira vez, de minha professora: "Vou lhe dar um amplexo e um ósculo". Fiquei horrorizado. Pensei que ia receber um sério castigo. Depois ela traduziu: "Vou lhe dar um abraço (amplexo) e um beijo (ósculo)".


Minha Experiência com leitura e a escrita

Minha experiência com leitura e a escrita praticamente iniciou-se na primeira série do Ensino Fundamental, já com quase oito anos, pois naquele tempo (1981) quem fazia a pré-escola era somente quem tinha boas condições financeiras. Também iniciava-se a primeira série alunos que faziam sete anos até março, vocês se lembram? Resumo nasci em abril!!!Assim, só fui dar início aos meus estudos aos quase oito anos. Minha família era de pouca instrução, minha mãe chegou a cursar até a quarta série e meu pai nem isso tinha, fez somente a primeira série. Dessa forma, quando me deparei com o mundo da leitura e escrita fiquei totalmente encantada, saía pelas ruas lendo tudo que via pela frente: cartaz, panfletos e até mesmo as bulas dos remédios. Esse mundo da leitura e escrita que antes era desconhecido começava a fazer sentido em minha vida, escrevia poema, cartas e músicas e o pior de tudo: eu cantava as minhas músicas! Cheguei até mesmo escrever carta para um presidiário que era filho de uma vizinha amiga da minha mãe: ela ía falando e eu escrevia, gostava daquilo, me sentia importante.Também gostava muito de ler gibis,mas nunca tivemos dinheiro para comprar, pedia sempre emprestado e nunca queria devolvê-los. Eu costumava varrer a casa lendo-os: eu dava uma parada, colocava o cotovelo do cabo da vassoura e me entretia com a leitura, demorava tanto para varrer a casa que minha mãe ia ver o que estava acontecendo e tirava o gibi de mim e só me devolvia depois de concluir minha  tarefa. Gosto muito de narrar esses fatos, pois foi assim que me formei uma leitora assídua. Hoje, sei o quanto é importante a participação da família da formação de crianças leitoras e escritoras, não tive exemplos de  leitura e escrita  em minha vida familiar, mas tive exemplos de moral, de trabalho e de perseverança.  Sempre que posso, leio para minhas filhas, levo-as em livrarias e compartilho leituras e escritas por meio dos recursos tecnológicos. Por fim, a leitura e a escrita são como as portas que se abrem para o novo, para o fantástico, para o maravilhoso e também  para ascensão social!!!  Um grande abraço!

Frase

Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê!
Monteiro Lobato